sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Quando se Justifica sair de uma Igreja?

Quando se Justifica sair de uma Igreja?


Por: Greg Loren Durand

Introdução:
         Deus ordena em Sua Palavra que nos identifiquemos publicamente com Seu Pacto, unindo-nos à Igreja visível (institucional) (Atos 2:46-47; Efésios 4:16) e submetendo-nos àqueles presbíteros que foram colocados por Ele em posição de autoridade (Atos 20:28; Hebreus 13;17).
         É um grande pecado permanecer fora das paredes da Igreja visível, como fazem os que participam do movimento independente da “igreja Familiar” (Hebreus 10:25). Isso consiste num espírito de anarquia que contradiz a estrutura hierárquica da vida que a Bíblia estabelece para o cristão (Êxodo 20:12; 1Samuel 15:23).
         Nossa insubmissão à autoridade ordenada por Deus no Corpo de Cristo pode bem ser castigada de maneira igual à insubmissão de nossos próprios filhos à nossa autoridade (Isaías 3:4-5; Oséias 4:6).
         É frequente o caso em que Deus usa uma variação de nossos próprios pecados para julgar-nos por nossa desobediência à Sua Palavra: “Eis que o ímpio está com dores de iniquidade; concebeu a malícia e dá à luz a mentira. Abre, e aprofunda uma cova, e cai nesse mesmo poço que faz. A sua malícia recai sobre a cabeça, e sobre a própria nuca desce a sua violência.” (Salmo 7:14-16).
         Tendo dito isso, as perguntas que poderiam surgir são: Os nossos votos de membresia pública em uma igreja são irrevogáveis? Quando um cristão se une a uma igreja, ele entra de fato numa relação que, por prudência própria, não pode ser dissolvida?
Argumentos Incorretos Concernentes aos Vínculos Pactuais
         Há uma crença crescente entre muitos líderes de igreja de que os votos de membresia de um cristão junto à sua congregação local tem de ser vistos no mesmo nível do Pacto da Graça entre Deus e Seu Filho, e, através de Seu Filho, com Seus eleitos. Assim, como os eleitos estão para sempre unidos a Cristo pelos vínculos pactuais do Pai, assim também o cristão individual está ligado a sua congregação local. Segundo essa visão a saída é raramente, se é que alguma vez , uma opção.
         O problema com essa perspectiva é que intenta igualar os pactos feitos entre os homens com aquele que Deus estabeleceu entre Si mesmo e Jesus Cristo. O erro fatal nessa linha de pensamento é que embora as duas Partes do Pacto da Graça (Pai e Filho) sejam ambas eterna e infinitamente perfeitas, as partas em um pacto terreno não o são. O Pai nunca deixará de cumprir Suas promessas ao Filho, e o Filho nunca falhará em cumprir Suas obrigações para com o Pai. Sendo assim, em um pacto entre homens tal perfeição nunca pode ser alcançada. Os homens mortais, mesmo aqueles que foram regenerados pelo Espírito de Deus, são necessariamente propensos a falhar no cumprimento de suas obrigações.
         É provável que em algum momento, uma ou outra parte viole os termos do pacto, fazendo-o consequentemente nulo e inválido. Portanto, esperar um pacto infalível entre homens falíveis é demonstrar enorme ignorância sobre a natureza caída do homem.
         Outra perspectiva que está ganhando popularidade em muitos círculos cristãos é a de que os votos de membresia são tão obrigatórios como o são os votos de matrimônio. Alega-se que do mesmo como Deus odeia o divórcio, ele também odeia que alguém se separe da congregação à qual está unido.
         Mais uma vez, a superficialidade dessa posição é facilmente demonstrada. Embora as Escritura declarem em muitos lugares que um homem e uma mulher se tornam “uma só carne” (Mateus 19:6; Efésios 5:31) por meio do matrimônio, e “desse modo, o que Deus uniu, o homem não separe” (Mateus 19:6b), tal analogia é bastante forçada quando aplicada à membresia na igreja. A relação matrimonial entre o homem e sua esposa é de um para com o outro não somente no nível emocional, mas também em um nível sexual. É por essa razão que a união matrimonial não pode ser rompida, exceto em casos de adultério (Mateus 19:8) ou deserção (1Coríntios 7:15).
         Embora haja similaridades, a relação que um cristão desfruta com sua congregação local nunca alcança a intimidade da relação matrimonial, nem tem esse propósito. Além do mais, um dos propósitos primários da união do homem com sua esposa é a propagação da “descendência para Deus” (Malaquias 2:15). É responsabilidade do esposo-pai supervisionar a instrução espiritual e “terrena” de seus filhos. A igreja local é um dos meios pelos quais essa responsabilidade é cumprida. A igreja local não propaga a família; ela existe para o crescimento espiritual e o bem-estar da família.
         A Bíblia não diz nada acerca de nosso matrimônio, como Cristãos individuais, com uma congregação local, embora certamente tenha muito o que dizer sobre o matrimônio da Igreja invisível (os eleitos) com Cristo (Efésios 5:23-27; Apocalipse 21:2). Como na visão anterior, esse argumento de que a membresia da igreja se iguala com o matrimônio também sofre do mal de tentar comparar “as maças com as laranjas”.
A Importância da Renovação Pactual
         Assim, havendo estabelecido que a membresia da igreja é um pacto dissolúvel feito entre partes falíveis (o cristão individual e o pastor e os presbíteros), estaríamos declarando com isto que tal pacto pode ser feito levianamente? De maneira alguma. Embora seja evidente que um pacto é tornado nulo no mesmo instante em que seus termos são violados por uma das partes, isto não exclui uma renovação pactual entre as partes separadas.
         Dentro da igreja visível essa renovação é realizada por meio do arrependimento e perdão. É responsabilidade dos cristãos prover tempo para o arrependimento por parte do ofensor, sendo a quantidade de tempo determinada pela natureza da ofensa. Porém, a separação imediata de um irmão que errou não é algo que está de acordo com a natureza de Cristo, nem é útil para o bem-estar espiritual desse irmão (Tiago 5:19-20).
         Nosso objetivo final em qualquer desacordo é a restauração do companheirismo, ou uma renovação do pacto. Só depois de muito esforço e oração de nossa parte devemos deixar de lado a esperança de que tal renovação ocorra, abandonando-a completamente. Embora algumas vezes seja necessário tomar esse caminho (1 Coríntios 5:9-11) sempre deveríamos avaliar de antemão cuidadosamente a retidão de nossas ações, e buscar o conselho de outros irmãos piedosos na Fé (Provérbios 11:14).
         Aos presbíteros de uma igreja cristã foram dadas as “chaves do reino dos céus” (Mateus 16:19), que incluem o poder da excomunhão. Eles são comissionados por Cristo como Seus representantes para exortar o membro que pecou ao arrependimento e renovação de seu pacto com a Igreja visível. Se seus esforços resultam infrutíferos, devem retirar o nome desse irmão da membresia da igreja local e a partir desse momento considerá-lo como um descrente fora do Corpo de Cristo.
         Contudo, a escritura é bastante clara em mostrar que a excomunhão não é algo que se exerce somente contra membros da igreja que pecaram. Quando os próprios líderes de uma igreja são culpados de pecados pelos quais não se arrependeram e caíram coletivamente em apostasia, devem ser, em essência, excomungados do Corpo de Cristo pela igreja que lideram. O membro de uma tal igreja não se encontra debaixo de nenhum mandato bíblico para permanecer ali, apesar das declarações que eles façam quanto a ter autoridade sobre ele; e, de fato, DEVE sair se para permanecer fiel a Cristo (2 Coríntios 6:17; 2Timóteo 3:5; Apocalipse 18:4).
         Tal foi a posição dos Reformadores do século dezesseis, que não permaneceram dentro da igreja Católica Romana, embora buscando durante muitos anos de esforço reformá-la, ao fim, sem exceção, deixaram-na por ser a “aparência de Babilônia em lugar da santa cidade de Deus”. [1] Podemos, em nossa saída de uma igreja, ser acusados por seus líderes de causadores de divisão, porém nunca esqueçamos que o vitupério do perverso é a aprovação de nosso Senhor (Mateus 5:11-12).
         O puritano Peter Vinke ofereceu um ponto de vista valioso sobre este assunto quando escreveu:
         Deus nunca requereu de nós que nos unamos com qualquer pessoa ou igreja em seus pecados; muito menos que devamos pecar com o propósito de poder obter a salvação de Suas mãos. A norma de Deus é que não devemos “fazer males para que nos sobrevenham bens” (Romanos 3:8). E embora seja a comunhão deles com a igreja tão útil, se não se pode tê-la a não ser pecando, então é melhor não tê-la de modo algum. Se os termos e condições para a comunhão com eles têm qualquer coisa que ver com seus pecados, melhor seria que nos dissessem para irmos voar por aí ou contar a areia das praias; do que nos receberem em sua comunhão, ou que nos recebam e depois nos joguem fora. Pois tais coisas tanto são moralmente impraticáveis (o assentimento a qualquer erro, ou o consentimento com qualquer adoração falsa), como irrazoavelmente requeridas de nós, do mesmo modo que qualquer outra coisa que fosse naturalmente impossível pudesse ser alguma vez requerida de alguém. E se por causa disto sobrevier castigo a eles, a falta é deles que requereram tais coisas de nós; pois, sendo contrários à mente e à vontade de Deus, não podemos realizá-las. Por sermos inocentes, melhor dizendo, por termos confiado na fidelidade deles (como a pessoa inocente em um caso de divórcio), necessitamos ser libertos.
         É necessário algumas vezes sair de uma igreja visível. Além do mais; pode ser necessário pensar e agir diretamente contra a autoridade dessa igreja, se quisermos permanecer fiéis a Deus... [2]
         O peso da responsabilidade sobre os ombros dos varões cristãos é muito grande. Como cabeças pactuais de nossos lares Deus nos tem como responsáveis diretos pela criação espiritual de nossos filhos e pelo bem-estar espiritual de nossas famílias. Portanto, nos cumpre assegurarmos de forma completa que a igreja a qual nos unimos como membros é uma igreja Bíblica e que seu pastor e seus presbíteros estão buscando diligentemente obedecer a Palavra de Deus, não somente em suas atribuições como líderes, mas também em suas vidas particulares. Não é errado ou trivial avaliar estes homens em termos de seus próprios votos ao Corpo de Cristo, do mesmo modo que eles têm de nos avaliar pelos nossos.
         De fato, fechar os olhos ao erro e consentir com o pecado aberto entre os líderes de nossa igreja é trazer o juízo de Deus sobre nossas próprias cabeças. Um dos primeiros sinais desse juízo contra nós é uma falta de interesse pela pureza e a doutrina ou prática eclesiástica. É assim que começa a apostasia pessoal, e nossos filhos são, em última instância, os que vão sofrer por nossa complacência (Êxodo 20:5b).
Conclusão
         A decisão de sair de uma igreja é – muitas vezes – uma decisão muito difícil. As amizades e outros laços fortes podem fazer nossa partida emocionalmente dolorosa. Outra vez, tal decisão nunca deve ser feita “por puro capricho”, mas só depois de ter-se considerado cuidadosamente a situação à luz da Escritura e o conselho de outros cristãos maduros. Mantenhamos sempre em mente que até a mais pura das igrejas está sujeita ao erro, isto é inevitável pois tal igreja é formada por homens falíveis, o que inclui nós mesmos. Encerremos com as seguintes palavras de João Calvino:
... “isto é, onde permanece este ministério [o da Palavra do Senhor] em sua integridade, ali há igreja; e, portanto, não deixa de chamar-se igreja porque existem alguns vícios e faltas nos costumes. Ademais, este ministério não deixa de ser legítimo por ver-se manchado com faltas ocasionais.
         Temos mostrado também que os erros que devem perdoar-se são os que não destroem nenhum dos pontos principais da religião cristã, ou vão contra os artigos da fé, nos quais todos os fiéis devem concordar, e não divergir.
         Quanto aos sacramentos, não devem ser diminuídas as faltas que o menosprezam e desfazem a instituição do Senhor.
         Onde a mentira destrói os pontos fundamentais da doutrina cristã, não há igreja. Mas, se ocorrer que a mentira acometa os pontos principais da doutrina, e destruir o que é necessário entender dos sacramentos, a tal ponto que não sirva de nada o usarmos, sobrevêm então, sem dúvida, a ruína da igreja; como um homem cuja garganta ou coração foram cortados.


Naquele que deu a sua vida pela sua igreja..... Cristo Jesus
Kleber Santos


NOTAS:
[1] - João Calvino, Institutas da Religião Cristã, Livro IV, Capítulo II:12.
[2] - Peter Vinke, Separados por Causa Do Nome de Cristo.
[3] - Calvino, Instituas, Livro IV, Capítulo II:1.
Traduzido por: Márcio Santana Sobrinho

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sábado, 5 de outubro de 2013

G12 ou M12 É MESMA COISA! É UM CANCER NA IGREJA DO BRASIL.

 
G12 OU M12 ?
       Explico, G12 significa GOVERNO dos 12. M12,significa MODELO dos 12. Entendeu? não ?, o G é o colombiano,O M é do baiano. é mesma doença.
     Esses dois já comungaram juntos, mas depois de algumas desavenças racharam. algo do tipo quem manda!!!!,
 
       Esse movimento é um câncer maligno na igreja do Brasil. A onde ele chega cauteriza a mente de todos.
 
       O antídoto para curar quem foi infectado por esse câncer, precisa pedir perdão a DEUS confessar os seus pecados de rebeldia e retornar ao verdadeiro Evangelho de nosso Senhor e salvador Jesus Cristo, e seu precioso Sangue purificará de toda a imundícia.
 
 
Que Deus tenha Misericórdia de sua igreja no Brasil.
 
Em Cristo Jesus
Kleber Santos
 
 
 
 

VALDEMIRO,MACEDO,MARINA ,CAIO,ETC'S!!!!

Todos,fora dos planos de Deus!, infelizmente.

Quem segui VALDEMIRO, nunca conheceu o verdadeiro evangelho.
Quem segui MACEDO, pior ainda. não tem nada a perder mesmo.
Quem vota na irmã MARINA, vai perder o voto e uma grande oportunidade de ter outra escolha.
Quem segui ,toma conselho, e viaja na maionese do CAIO, vai acabar se lambuzando todo.

porém todos "eles", são dignos de nossas orações e suplicas a DEUS.

Amém?

Em Cristo Jesus
Kleber Santos

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

O PODER DO NOME DE JESUS


O PODER DO NOME DE JESUS CRISTO
"ATOS 3:1- 4:4"

Atos 3 e 4 enfatizam o nome do Senhor Jesus (At 3:6, 16; 4:7, 10, 12, 17, 18, 30). É evidente que um nome envolve muito mais do que uma forma de identificação. Pode implicar autoridade, reputação e poder. Quando alguém diz: "Use meu nome!", esperamos sinceramente que seja digno de ser usado. Se uma ordem é dada no nome do presidente da República ou do primeiro-ministro, os que a recebem são obrigados a obedecer.

Se eu tentasse dar ordens no lugar dessas autoridades (supondo que conseguisse fazer isso), ninguém prestaria muita atenção, pois meu nome não tem o respaldo de qualquer autoridade oficial. Mas o nome do Senhor Jesus tem toda autoridade, pois ele é o Filho de Deus (Mt 28:18).

Uma vez que seu nome "está acima de todo nome" (Fp 2:9-11), Jesus merece nossa adoração e obediência. A grande preocupação dos primeiros cristãos era que o nome de Jesus Cristo, o Filho de Deus, fosse glorificado, e os cristãos de hoje devem ter a mesma motivação. Ao estudar esta seção, convém observar que ela apresenta forte ênfase sobre os judeus.

Pedro dirigiu-se aos homens judeus (At 3:12) e os chamou de "filhos dos profetas e da aliança que Deus estabeleceu com vossos pais" (At 3:25). Fez referência aos patriarcas de Israel (At 3:13) e também aos profetas (At 3:18,21-25).

A expressão "tempos da restauração" (At 3:21) é, sem dúvida alguma, de caráter judaico e se refere ao rei- no messiânico prometido pelos profetas. Nestes capítulos, a mensagem continua sendo transmitida "primeiramente a vós outros [os judeus]" (At 3:26) e apresentada em termos judaicos. Há três estágios neste evento, e cada estágio revela algo maravilhoso sobre Jesus Cristo.

1.     ADMIRAÇÃO: JESUS, O MÉDICO (AT.3:1-10)

      Os cristãos ainda estavam ligados ao templo e às horas tradicionais de oração (SI 55:17; Dn 6:10; At 10:30). É importante lembrar que Atos 1 a 10 descreve uma transição de Israel para os gentios, do "cristianismo judaico" (ver At 21:20) para "um só corpo" constituído tanto de judeus quanto de gentios.

Só depois de vários anos os cristãos judeus compreenderam inteiramente o lugar dos gentios nos planos de Deus, e essa compreensão não se deu sem conflitos.

O contraste entre Atos 2 e 3 é interessante: Pedro, o pregador - Pedro o obreiro pessoal; multidões - um homem pobre; ministério que resultou em bênção - ministério que resultou em prisão e perseguição. Os acontecimentos em Atos 3 exemplificam a última frase de Atos 2:47 e mostram como o Senhor acrescentava membros a sua Igreja diariamente.

Apesar de o Espírito Santo não ser citado nesse capítulo, certamente atuava por meio dos apóstolos, realizando seu ministério de glorificação de Jesus Cristo (Jo 16:14). Pedro e João são vistos juntos com frequência ao longo das Escrituras.

 Eram sócios no negócio de pesca (Lc 5:10); prepararam a última Páscoa dos judeus para Jesus (Lc 22:8); correram para o sepulcro na manhã do primeiro domingo de Páscoa (Jo 20:3, 4); e ministraram aos samaritanos que creram em Jesus Cristo (At 8:14). Uma vez que viviam na plenitude do Espírito Santo, os discípulos deixaram de competir por grandeza e, finalmente, passaram a trabalhar juntos com afinco para edificar a Igreja (SI 133).

O fato de Pedro notar esse mendigo coxo é outra evidência do ministério do Espírito. Sem dúvida, milhares de pessoas encontravam-se aglomeradas perto do templo (At 4:4) e, no meio dessa multidão, havia ATOS 3:1 - 4:4 Inúmeros mendigos, mas o Senhor ordenou a Pedro que curasse um mendigo coxo que se encontrava junto à Porta Formosa.

Havia nove portas que davam acesso ao pátio dos gentios e ao templo propriamente dito. Os estudiosos não apresentam um consenso, mas é provável que a Porta Formosa fosse a "Porta Oriental" que dava acesso ao pátio das mulheres. A porta era feita de bronze de Corinto e parecia de ouro; sem dúvida, um excelente lugar para um homem coxo pedir esmolas.

A prática de dar esmolas era parte importante da fé judaica, e as cercanias do templo eram uma região lucrativa para os mendigos. Uma vez que os recursos dos cristãos eram comunitários (At 2:44, 45), os dois apóstolos não tinham dinheiro para dar; mas a maior necessidade daquele homem não era financeira.

Precisava de salvação para sua alma e de cura para o corpo, e dinheiro não lhe daria nem uma coisa nem outra. Pelo poder do nome de Jesus, o mendigo foi completamente curado e ficou tão contente e entusiasmado que parecia uma criança, saltando de um lado para o outro e louvando a Deus.

É fácil ver nesse homem uma ilustração da salvação. Ele nasceu coxo; todos nós nascemos sem poder andar de maneira agradável a Deus. Adão, nosso antepassado, caiu e passou sua deficiência adiante para todos os seus descendentes (Rm 5:12- 21).

 O homem era pobre; como pecadores, estamos falidos diante de Deus, incapazes de pagar a dívida tremenda que temos com ele (Lc 7:36-50). Estava "fora do templo"; por mais perto da porta que fiquem, todos os pecadores encontram-se longe de Deus. a homem foi curado totalmente pela graça de Deus. Sua cura foi imediata (Ef 2:8, 9).

Deu provas do que Deus havia feito: de um salto se pôs em pé, passou a andar [...] saltando e louvando a Deus" (At 3:8). Identificou-se publicamente com os apóstolos, tanto quando foram ao templo (At 3:11) quanto na ocasião em que foram presos (At 4:14). Ao ser capaz de andar, não deixou dúvidas sobre de que lado estava!

2.     ACUSAÇÃO: JESUS, O filho DE DEUS (AT 3:11-16)

A cura do mendigo coxo fez a multidão ajuntar-se ao redor dos três. O Pórtico de Salomão, do lado leste do templo, era um corredor onde Jesus havia ministrado ( jo 10:23) e onde a igreja reunia-se para adorar (At 5:12). Em seu sermão de Pentecostes, Pedro refutara a acusação de que os cristãos estivessem embriagados.

Neste sermão, teve de refutar a ideia de que ele e João haviam curado o homem com o próprio poder (Paulo e Barnabé enfrentaram uma situação semelhante depois de curarem um coxo; ver Atos 14:8-18). Pedro esclareceu de imediato a fonte do milagre: Jesus Cristo, o Filho de Deus.

Com toda sabedoria, o apóstolo afirmou que Aquele era o Deus de seus pais, o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó. Sem dúvida, o Espírito encheu Pedro de ousadia de modo que ele lembrasse os judeus da forma como haviam tratado Jesus. Eles o haviam negado e entregado para ser crucificado.

Além disso, pediram que Barrabás, um homem culpado, fosse solto para que Jesus, um prisioneiro inocente, fosse crucificado! A fim de convencê-los de seus crimes, Pedro usou vários nomes e títulos diferentes para o Senhor: Filho de Deus, Jesus, o Santo, o Justo, o Autor da vida. Os judeus não haviam entregue um homem qualquer para ser crucificado pelos romanos! O Calvário pode ter sido a última palavra do ser humano, mas o sepulcro vazio foi a última palavra de Deus. Ele glorificou seu Filho ressuscitando-o dentre os mortos e levando-o de volta ao céu.

O Cristo entronizado havia enviado seu Espírito Santo e operava no mundo por meio da Igreja. O mendigo curado era prova de que Jesus estava vivo. Se havia um povo culpado, era aquele ao qual Pedro se dirigiu no templo. Eram culpados de matar o próprio Messias! Hoje em dia, é bem provável que ninguém fizesse uma mensagem desse tipo em uma reunião evangelística, pois essas palavras eram voltadas especificamente ao público judeu de Pedro.

Assim como em Pentecostes, Pedro falava a pessoas que ATOS 3:1 - 4:4 conheciam as Escrituras e que estavam a par dos últimos acontecimentos em Jerusalém (ver Lc 24:18). Não era um grupo de pagãos ignorantes sem qualquer conhecimento religioso.

Além disso, os líderes judeus haviam, de fato, cometido uma grande injustiça ao prender e condenar Jesus e pedir a Pilatos que o crucificasse. Não sabemos quantos cidadãos concordaram com essa decisão, mas podemos imaginar o remorso do povo ao descobrir que haviam traído e assassina- do o próprio Messias. Antes de o pecador experimentar a conversão, precisa ser convencido da culpa de seus pecados.

A menos que um paciente esteja convencido de que está enfermo, jamais aceitará qualquer diagnóstico nem fará qualquer tratamento. Pedro transformou o templo em um tribunal e apresentou ao público todas as provas. De que maneira dois simples pescadores poderiam realizar tamanho milagre senão pelo poder de Deus? Ninguém ousaria negar o milagre, pois o mendigo estava lá, diante de todos, em "saúde perfeita" (At 3:16; 4:14). Se aceitassem o milagre, teriam de reconhecer que Jesus Cristo é, verdadeiramente, o Filho de Deus e que seu nome tem poder.
 
 
Naquele que tem todo poder...
Em Cristo Jesus
Kleber Santos
Comentário Bíblico Expositivo -
Novo Testamento Volume I -
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Editora Geográfica