quinta-feira, 29 de setembro de 2011

subsidio da lição 1 - 4º trimestre 2011 parte(2)

"Neemias: integridade e coragem em tempos de crise".

É muito pertinente o texto do editorial no quadro "interação" da Lição do Mestre, quando afirma:
"[...] Vivemos em meio a uma sociedade ética e moralmente falida. Por isso, a fim de influenciar nossa nação, precisamos de uma liderança comprometida com os valores do Reino de Deus [...]."
Como promover tal influência quando uma crise na liderança se instaura, impedindo ou comprometendo gravemente a sua capacidade de influenciar positivamente? Sim, a face da crise está exposta para todo mundo vê, inclusive em rede aberta de TV. Com isso, os dois elementos ou qualidades desejáveis do título do trimestres estão em falta: integridade e coragem.

Crise
(do grego κρίσις,-εως, translit. krisis; em português, distinção, decisão, sentença, juízo, separação) é um conceito utilizado na sociologia, na política, na economia, na medicina, na psicopatologia, entre outras áreas de conhecimento. A crise pode ser definida como uma fase de perda, ou uma fase de substituições rápidas, em que se pode colocar em questão o equilíbrio da pessoa. Torna-se, então, muito importante a atitude e comportamento da pessoa face a momentos como este. É fundamental a forma como os componentes da crise são vividos, elaborados e utilizados subjectivamente. (Wikipédia)
Partindo do conceito acima, e contextualizando para o campo religioso ou moral, a crise envolve a perda ou a substituição de valores e princípios que norteiam a vida do sujeito ou do grupo, promovendo um certo desequilíbrio pessoal ou social, e consequentemente uma clara e significativa mudança de comportamento.
A face da crise na atual liderança cristã evangélica (cada um contextualize considerando a sua realidade) é notória nas seguintes áreas:

Crise na política eclesiástica. A maneira de se conduzir eleições para presidentes de convenções ou igrejas ganhou contornos seculares e mundanos. A compra de votos por meio de benefícios ou vantagens (pessoais ou institucionais) é realizada de forma escandalosa. Jovens e irmãos imaturos são ordenados e recebem credenciais de obreiro para votar em quem os ordenou. Líderes eclesiásticos se tornam inimigos públicos, e com muita dificuldade tentam mascarar tal realidade. Troca de acusações, difamações, calúnias, agressões físicas e verbais fazem parte deste universo caótico. As disputas acabam geralmente nos tribunais. Vivemos no campo da política eclesiástica um retrocesso pré-reforma, com direito a nepotismo e simonia:

Nepotismo (do latim nepos, neto ou descendente) é o termo utilizado para designar o favorecimento de parentes (ou amigos próximos) em detrimento de pessoas mais qualificadas, especialmente no que diz respeito à nomeação ou elevação de cargos. Originalmente a palavra aplicava-se exclusivamente ao âmbito das relações do papa com seus parentes (particularmente com o cardeal-sobrinho - (em latim: cardinalis nepos[1]; em italiano: cardinale nipote[2]), mas atualmente é utilizado como sinônimo da concessão de privilégios ou cargos a parentes no funcionalismo público. Distingue-se do favoritismo simples, que não implica relações familiares com o favorecido. (Wikipédia)
Simonia é a venda de "favores divinos", benções, cargos eclesiásticos, promessa de prosperidade material, bens espirituais, coisas sagradas, etc. em troca de dinheiro. A etimologia da palavra provém de Simão Mago, personagem referido nos Atos dos Apóstolos (8, 18-19), que procurou comprar de São Pedro o poder de transmitir pela imposição das mãos o Espírito Santo ou de efetuar milagres. (Wikipédia)
- Crise nas relações convencionais e ministeriais.
A crise nessa área é aguda. Dentro de um mesmo estado não se consegue ver uma relação pacífica, cordial e respeitosas entre convenções e ministérios (com as devidas exceções). Não se respeitam os chamados "campos eclesiásticos". Igrejas de uma mesma denominação são abertas literalmente de frente para a outra, numa clara atitude de afronta, por líderes que perderam já a muito tempo o bom senso e o equilíbrio. Obreiros problemáticos e disciplinados são recebidos sem o minímimo critério, e sem se buscar na convenção ou ministério de origem informações sobre os mesmos. Um outro fato notório nos dias atuais é a abertura de alguns trabalhos, por certos líderes que afirmam estar na direção do Espírito. É vergonhoso o qua acontece no Brasil, quando igrejas são abertas com o claro interesse de se ganhar dinheiro ou por mera competição. Todos os dias, inclusive noticiado em plena televisão, os "donos" de algumas igrejas anunciam que estão abrindo novos trabalhos para "abençoar o povo de Deus" e "ganhar almas para Jesus".


Crise na liturgia ou culto cristão. A neopentecostalização do pentecostalismo clássico assembleiano já atingiu os cultos,, onde vale de tudo para atrair o povo e levantar uma "boa oferta". Quem disse que as sete voltas de Jericó, os sete mergulhos no Jordão, o culto da vitória, o culto da prosperidade, o culto de quebra de maldição, a determinação de bênçãos e coisas semelhantes a estas ainda são "privilégios" de alguns grupos neopentecostais. Pois é amados, muitos já adeririam àquilo que alguns teólogos e sociólogos chamam de "a terceira onda do pentecostalismo".
 Crise na doutrina. Fico perplexo quando no meio pentecostal, uma vez questionados sobre certas "doutrinas" ou "modelos" pseudo-bíblicos, alguns líderes e irmãos respondem: "não deu certo até agora, por que mudar?", ou ainda, "aprendemos assim, não é bom remover os marcos antigos". Geralmente, respostas e declarações como estas são meramente pragmáticas e utilitaristas. É bom lembrar que nem sempre o crescimento é sinal de "bênção" ou "aprovação divina". É necessário deixar bem claro que Deus só aprova o que fundamenta nos princípios da Palavra, pois nela está manifesta a sua vontade e revelação (Gl 1.8). A tradição não é maior do que a Palavra (Mt 15.1-9). Apenas as boas tradições (fundamentadas em princípios bíblicos) devem ser guardadas (2 Ts 2.15). Quando doutrinas centrais ou essenciais começam a ser relativizadas, temos um claro sinal de crise.
A exposição desta realidade pode causar desconforto para alguns, mas acredito que em tempos onde os fundamentos e as colunas estão seriamente comprometidos, não é inteligente perder tempo com paliativos, consertando rebocos e pintando paredes.

O pastor Ernandes Dias Lopes afirma que:
"Uma reforma torna-se imperativa quando os problemas se agigantam e parecem insolúveis. [...] Uma reforma torna-se urgente quando os crentes estão desanimados, enfraquecidos e desunidos; quando os inimigos parecem prevalecer contra a Igreja, intimidando-a e fazendo-a paralisar a obra; quando faltam líderes comprometidos com Deus que ousam desafiar e conduzir o povo a uma reação para restaurar a Igreja." (Neemias: o líder que restaurou uma nação, Hagnos, 2006, p. 47)
Seguindo o exemplo de Neemias, precisamos ser sensíveis diante da crise. É preciso percebê-la, assumi-la e agir para mudar a situação. É preciso se dispor e se expor. É preciso ir em busca da restauração dos valores bíblicos e das práticas abandonadas e esquecidas, não importando o preço que se tenha a pagar.
Tal atitude implica em integridade e coragem. Ainda temos referenciais em nossa liderança? É claro que sim. Mas, por outro lado, parece que a frase do poeta que diz "meus heróis morreram de overdose" é atual e real em nosso meio. Não falo aqui da overdose de drogas, falo sim, da overdose do orgulho, da arrogância, da insensatez, do amor ao dinheiro, aos cargos, ao luxo, aos privilégios, ao prestígio, a notoriedade, etc. Sim, alguns dos meus heróis (referenciais) morreram ou estão morrendo de overdose. Macularam a sua integridade, perdendo com isso a sua autoridade. Seus discursos não me impressionam mais (nem a muitos da minha e das novas gerações). Alguns declaram-se ortodoxos na doutrina, mas na vida e prática cotidiana são liberais. Outros já são liberais em ambas as áreas, na ortodoxia e na práxis.

O pastor Elinaldo Renovato declara com precisão que:
"Muitos obreiros do Senhor que lideravam ministérios profícuos e reconhecidos, nacional e internacionalmente, são hoje sombras do passado. vivem no ostracismo eclesiástico porque não foram prudentes. Seus ministérios desabaram sob o peso dos escândalos ou envolvimentos com práticas desabonadoras para a liderança cristã." (Livro de Neemias: integridade e coragem em tempos de crise, CPAD, 2011, p. 23).

“Lamentavelmente, a crise mostra a sua face e as víceras apodrecidas de algumas lideranças”.

Onde estão os "Neemias" para assumir a crise e chorar pela grande miséria, pelo desprezo, pelo muro fendido e pelas portas queimadas? Onde estão os "Neemias" dispostos a trabalhar neste desafiador, mas gratificante projeto de reconstrução, de restauração e revitalização. Talvez alguns prefiram a covarde omissão que lhes garante a estabilidade, o conforto e o emprego palaciano.
Amados pastores, obreiros, superintendentes, dirigentes, professores e alunos, se não acordarmos e formos sensíveis diante da realidade da crise que vivenciamos em nossos dias, nossos grandes, belos, suntuosos, luxuosos, magníficos e confortáveis templos se transformarão em sepulcros esplendorosos de evangélicos alienados, para em seguida serem transformados em shoppings, restaurantes e em casas de espetáculo (não o espetáculo da fé já vivenciado).
É tempo de choro, de intercessão, de confissão de pecados, de conversão e de ação.
Um bom trimestre a todos!


fonte blog :Pastor Altair Germano
DICAS LITERÁRIAS PARA O TRIMESTRE:- BARBER, Cyril J. Neemias e a dinâmica da liderança eficaz. São Paulo: Vida, 2003.
- ELLISEN, Stanley A. Conheça melhor o Antigo Testamento. São Paulo, Vida, 1991.
- KIDNER, Derek. Esdras e Neemias: introdução e comentário. São Paulo, Vida Nova, 2006.
- LOPES, Hernandes Dias. Neemias: o líder que restaurou uma nação. São Paulo: Hagnos, 2006.
- PACKER, J. I. Neemias: paixão pela fidelidade. Rio de Janeiro: CPAD, 2011.
- RENOVATO, Elinaldo. Livro de Neemias: integridade e coragem em tempos de crise. Rio de Janeiro: CPAD, 2011

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Dwight Lyman Moody-Inferno

Inferno

Dwight Lyman Moody

Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que recebeste os teus bens em tua vida, e Lázaro igualmente, os males; agora, porém, aqui, ele está consolado; tu, em tormentos. Lc 16.25

Outro dia, um homem veio ao meu encontro e disse: “Gosto das suas pregações. Você não prega sobre o inferno, e acho que você também não acredita no inferno.” Agora, eu não quero que alguém se levante no Julgamento e diga que eu não era um fiel pregador da Palavra de Deus. É minha missão pregar a palavra de Deus assim como Ele me entregou; eu não tenho o direito de escolher um texto aqui ou ali, e dizer, “Eu não acredito nisso.” Se eu jogar fora um trecho da Bíblia, devo jogar fora a Bíblia inteira, pois na mesma Bíblia eu leio de recompensas e punições, céu e inferno.

Ninguém jamais descreveu o inferno como o Filho de Deus. Ninguém poderia fazer isso, pois somente Ele sabia como tudo aconteceria. Ele não guardou para si essa doutrina da semeadura e da colheita, mas falou sobre ela claramente; a pregou, também, com puro amor, assim como uma mãe alertaria seu filho do final de uma vida de pecados.

O Espírito de Deus nos conta que levamos nossa memória conosco para o outro mundo. Existem muitas coisas que gostaríamos de esquecer. Eu ouvi dizer que o Sr. Cough disse que gostaria de dar a sua mão direita se ele pudesse esquecer como maltratou a sua mãe. Eu acredito que o verme que não morre é a nossa memória. Nós dizemos agora que esquecemos, e pensamos que esquecemos, mas está chegando a hora quando lembraremos e não conseguiremos esquecer. Nós falamos sobre as anotações que os anjos fazem da nossa vida. Deus nos faz recordar de todas as nossas lembranças.

Nós não precisaremos de ninguém para nos condenar no tribunal de Deus: nossa própria consciência surgirá como testemunha contra nós. Deus não nos condenará no seu tribunal; nós mesmos nos condenaremos. A memória é um oficial de Deus, e quando ele tocar nessas fontes secretas e disser, “Filho, filha, relembre” – então passo a passo virão a nossa frente, numa longa procissão, todos os pecados que cometemos em nossas vidas.

Já estive duas vezes nas garras da morte. Na primeira vez eu estava me afogando, prestes a afundar, quando fui resgatado. Em um piscar de olhos, todas as coisas que eu disse, fiz ou pensei passaram pela minha mente. Eu não entendo como todas as coisas na vida de um homem podem ser acumuladas em sua lembrança em um instante de tempo, mas tudo isso passou na minha mente de uma vez só. Outra vez me pegaram na ponte da rua Clark, e pensei que estava morrendo. Então a memória parecia trazer tudo de volta novamente. É assim para que todas as coisas que pensamos que esquecemos voltem aos poucos. É só uma questão de tempo. Ouviremos as palavras, “Filho, relembre,” e é muito melhor lembrarmos de nossos pecados agora, e ser salvo deles, do que adiar o arrependimento até que seja tarde demais para fazer algo de bom.

Os cientistas dizem que todos os nossos pensamentos voltam à mente mais cedo ou mais tarde. Ouvi de uma empregada cujo senhor costumava ler em hebraico no seu ouvido, e após algum tempo, quando estava com febre, ela conseguia falar hebraico nessa hora.

Você pensa que Caim esqueceu o rosto do seu irmão assassinado, que ele matou seiscentos anos atrás? Você pensa que Judas esqueceu o beijo com o qual traiu seu Mestre, ou do olhar que o Mestre lhe deu quando Ele disse, “Traís o Filho do homem com um beijo?” Você pensa que os antediluvianos esqueceram a Arca e a inundação que veio e acabou com todos eles?

Meus amigos, é uma boa coisa ser avisado a tempo. Satanás disse a Eva que ela certamente não iria morrer, e existem homens e mulheres agora que pensam que todas as almas serão salvas, apesar de todos os seus pecados.

Você acha que aqueles antediluvianos que pereceram no dia de Noé – homens tão maus e pecadores para o mundo – você acha que Deus levou aqueles homens direto para o céu, deixando Noé, o único homem justo, para passar pelo dilúvio? Você acha que quando o julgamento veio sobre Sodoma os ímpios foram levados até a presença de Deus e o único justo ficou para sofrer?

Não haverá um amoroso e terno Jesus para levar e oferecer salvação a vocês lá – nem amor de esposa ou de mãe orando por vocês lá. Muitos nesse mundo perdido dariam milhões, se tivessem dinheiro, se tivessem suas mães para orarem por eles para tirarem daquele lugar, mas será muito tarde. Eles rejeitaram a salvação até o tempo que Deus disse, “Corte-os fora; o dia da misericórdia acabou.”

Você ri da Bíblia; mas quantos que estão nesse mundo perdido dariam incontáveis tesouros se eles tivessem a abençoada Bíblia lá! Você pode zombar dos pastores, mas saiba que não haverá pregação do Evangelho lá. Aqui eles são mensageiros de Deus para você – amigos queridos que cuidam da sua alma. Você pode ter amigos orando pela sua salvação hoje; mas lembre-se, você não terá nenhum nesse mundo perdido. Não haverá ninguém para vir botar a mão no seu ombro, chorar por você e convidar a vir a Cristo.

Existem pessoas que zombam desses encontros de avivamentos, mas lembre-se, não haverá avivamentos no inferno.

Havia um homem em um manicômio que dizia repetidamente para si mesmo com uma voz pavorosa, “Se eu somente tivesse–” Ele foi encarregado de controlar uma ponte levadiça de trem, e recebeu ordens para mantê-la fechada até a passagem de um trem expresso extra; mas um amigo surgiu com um navio, e persuadiu-o a abrir a ponte só para ele, e enquanto ela estava aberta, o trem surgiu fazendo o maior barulho, e saltou para a destruição. Muitos foram mortos, e o pobre controlador de pontes se enlouqueceu por causa do resultado de sua negligência no dever. “Se eu somente tivesse.”

Um bom homem estava passando um dia em um salão e um jovem estava saindo, e pensando em zombar do homem, gritou, “Diácono, qual é a distância daqui para o inferno?” O diácono não deu resposta, mas após andar alguns metros, virou-se para olhar o escarnecedor, e viu que seu cavalo o tinha jogado ao chão e ele tinha quebrado seu pescoço. Eu digo a vocês, meus amigos, eu preferiria dar a mão direita a brincar com as coisas eternas.

Hoje à noite você pode ser salvo. Estamos tentando ganhar você para Cristo, e se sair deste prédio e for para o inferno, você se lembrará dos encontros que tivemos aqui. Você se lembrará da expressão desses pastores, da expressão dessas pessoas, e como parecia algumas vezes que estávamos na própria presença de Deus. Nesse mundo perdido você não ouvirá aquele belo hino, “Por onde Jesus de Nazaré passava”. Ele já terá passado. Não haverá Jesus passando por esse caminho. Não haverá músicas doces sobre Sião lá. Também não haverá crianças pequenas orando pelos seus pais impenitentes.

Hoje é um dia de graça e de misericórdia! Deus está chamando o mundo para voltar-se para Ele! Ele diz, “Não tenho prazer na morte do ímpio, mas em que o ímpio se converta do seu caminho, e viva. Convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos; pois, por que razão morrereis?”

Oh, se você rejeitar essa salvação, como irá escapar? Que esperança há? Que suas memórias estejam totalmente despertas hoje, e você se lembre que Cristo está aqui! Ele está nesta assembléia, oferecendo salvação a todas as almas! Ele não quer que você pereça, mas que se volte para Ele e viva!

Quando eu estava na Exposição de Paris em 1867, notei uma pequena pintura a óleo, cerca de 50 centímetros quadrados, e vi uma cara que foi a mais horrorosa que já tinha visto. Dizia que esta pintura tinha setecentos anos de idade. No papel abaixo da pintura diziam essas palavras, “Semeando o joio”. A cara parecia mais de um demônio do que de um homem, e conforme ele semeava esses joios, surgiam cobras e outros répteis. Eles estavam subindo no seu corpo, e ao seu redor havia uma floresta com lobos e animais à espreita deles. Tenho visto essa tela muitas vezes desde então. Ah! O tempo da colheita está chegando. Se você semeiar na carne, vai colher corrupção. Se você semeiar ao vento, vai colher tempestades. Deus quer que você venha até Ele e receba a salvação como presente: você pode decidir o seu destino hoje se quiser. Céu e inferno estão diante deste auditório, e você é chamado a escolher. Qual será a sua escolha? Se for a Cristo, ele receberá você em seus braços; se negá-lo, ele também negará você.

Agora, meus amigos, será que Cristo desejará a sua salvação mais do que agora? Ele terá mais poder do que agora? Por que não decidir ser salvo enquanto a misericórdia é oferecida?

Lembro uns anos atrás, enquanto o Espírito de Deus estava trabalhando na minha igreja, terminei o culto uma noite pedindo a quem gostaria de ser cristão que ficasse de pé, e para a minha alegria, um homem que estava ansioso por um tempo se levantou. Fui até ele, peguei-o pela mão e a balancei, e disse, “Estou feliz por ver você de pé, você está determinado a vir ao Senhor agora, não está?”.

“Sim”, ele disse, “Eu acho. Quer dizer, só existe uma coisa no meu caminho.”

“E o que é?”, disse eu.

“Bem”, o homem disse, “Falta-me coragem moral. Confesso a você que se esse homem [um amigo dele] estivesse aqui hoje à noite, eu não teria me levantado. Ele riria de mim se soubesse disso, e não acredito que eu tenha coragem de contar a ele.”

“Mas”, eu disse, “Se for para vir, você tem que vir para o Senhor com coragem.”

Enquanto conversava com ele, ele tremia da cabeça aos pés, e creio que o Espírito Santo estava tocando no seu coração. Ele voltou na próxima noite, e na próxima, e na próxima; o Espírito de Deus lutou com ele por semanas; parecia como se ele fosse até o limiar dos céus e estivesse quase pisando no mundo abençoado. Eu nunca consegui encontrar razões para a sua hesitação, exceto o temor das zombarias que os seus amigos poderiam fazer.

Na última vez o Espírito Santo parecia deixá-lo; a convicção tinha ido embora. Seis meses depois, recebi uma mensagem dele falando que estava doente e queria me ver. Fui até ele com grande pressa. Ele estava muito doente, e pensava que estava morrendo. Ele me perguntou se ainda havia esperança. Sim, disse a ele, Deus mandou Cristo para salvá-lo; e orei com ele.

Contra todas as expectativas, ele se recuperou. Um dia eu desci para vê-lo. Era um dia brilhante, bonito, e ele estava sentado na frente de sua casa.

“Você está vindo para Deus agora, não está? Logo você estará bem para voltar aos cultos novamente.”

“Senhor Moody”, ele disse, “Já tomei a decisão de ser cristão. Estou completamente decidido, mas eu não quero ser cristão agora. Eu vou a Michigan comprar uma fazenda e me estabelecer, e então eu me torno um cristão.”

“Mas você não sabe se irá se recuperar.”

“Oh”, disse ele,” Eu estarei bom daqui a poucos dias. Eu tenho um novo sopro de vida.”

Conversei com ele e tentei de todas as maneiras convencê-lo a tomar uma posição. Por fim, ele disse: “Sr. Moody, eu não posso ser cristão em Chicago. Quando sair de Chicago, e for para Michigan, e ficar longe de meus amigos e conhecidos que riem de mim, estarei pronto para ir a Cristo.”

“Se Deus não tem graça suficiente para salvá-lo em Chicago, ele não terá em Michigan,” eu respondi.

Ele ficou um pouco irritado com a resposta e disse, “Sr. Moody, eu correrei esse risco,” e então o deixei.

Eu bem me lembro do dia da semana, uma quinta-feira, ao meio dia, e só uma semana depois desse dia, quando fui chamado pela sua esposa para ir imediatamente para lá. Corri o mais rápido que pude. Sua pobre esposa me encontrou na porta, e eu perguntei qual era o problema.

“Meu marido,” disse ela, “teve uma recaída; eu acabei de receber um grupo de médicos aqui, e eles disseram que ele vai morrer.”

“Ele quer me ver?”, perguntei.

“Não.”

“Então por que me chamou?”

“Não suporto ver meu marido morrer nesse terrível estado mental.”

“O que ele disse?”, quis saber.

“Ele disse que sua condenação está selada, e ele estará no inferno em pouco tempo.”

Entrei no quarto, e ele imediatamente fixou seus olhos em mim. Chamei-o pelo nome, mas ele não me respondeu. Fui até ao pé da cama, e olhei a sua cara e disse, “Você não quer falar comigo?”, e ele finalmente fixou aquele terrível olhar mortal sobre mim e disse,

“Sr. Moody, você não precisa falar comigo novamente. Já é tarde. Você pode falar com minha esposa e meus filhos, orar por eles, mas meu coração está tão duro como aquele fogão ali. Minha condenação está selada, e eu estarei no inferno em pouco tempo.”

Tentei falar do amor de Jesus e o perdão de Deus, mas ele disse, “Sr. Moody, não há mais esperança para mim.” E quando me ajoelhei, ele disse, “Você não precisa orar por mim. Minha esposa em breve será viúva e minhas crianças não terão um pai; eles precisam de suas orações, não eu.”

Tentei orar, mas parecia que minhas orações não subiam, como se o céu sobre mim fosse de bronze. No dia seguinte, sua esposa me disse que ele aguentou até o pôr do sol, e do meio-dia até a hora de sua morte, tudo o que se ouvia era, “A ceifa é passada, o verão é findado, e eu não estou salvo.” Após aguentar uma hora, ele diria novamente aquelas terríveis palavras, e enquanto ele estava morrendo, sua esposa notou que havia um tremor em seus lábios, e que ele estava tentando dizer algo, e quando ela se curvou para ouvir melhor, ela o ouviu murmurar, “A ceifa é passada, o verão é findado, e eu não estou salvo.” Ele viveu uma vida sem Cristo e teve uma morte sem Cristo; nós o envolvemos em uma mortalha sem Cristo e o conduzimos a uma sepultura sem Cristo.

Há alguns aqui que estão quase sendo persuadidos a serem cristãos? Siga o meu conselho e não deixe que nada afaste você. Voe aos braços de Jesus nesta hora. Você pode ser salvo se quiser.
                              
em cristo jesus
kleber santos
   Fonte: Dwight L. Moody: His Life, His Work, His Words, pp. 498-506

Tradução: Théo Albuquerque de Paula

terça-feira, 27 de setembro de 2011

subsidio:lição nº1-4ºtrimestre-domingo 2 de outubro de 2011

Neemias Intercede por Jerusalém

Neemias 1-2:8

Os eventos neste livro se iniciam no ano 445 a.C., ou seja, treze anos depois da saída do sacerdote Esdras para Jerusalém. O mesmo rei Artaxerxes (também conhecido como Longimanus) ainda se encontrava no trono em Susã, capital da Pérsia.
Neemias é usado por muitos como exemplo de um líder eficiente:
  1. Definiu um objetivo para alcançar.
  2. Analisou as várias opções e formou uma estratégia.
  3. Motivou outros para participarem do seu projeto.
  4. Delegou autoridade e distribuiu tarefas.
  5. Supervisionou o trabalho e verificou o desempenho de cada um até o cumprimento do projeto.
A história é contada pelo próprio Neemias, que ocupava o importante cargo de copeiro do rei.
Seu irmão Hanani havia vindo de Judá com alguns outros judeus, e Neemias perguntou-lhes como estavam passando os judeus que originalmente haviam escapado ao cativeiro e haviam permanecido na terra, bem como Jerusalém. Jerusalém, além de ser a antiga capital que representava a identidade nacional dos judeus, era também a sua cidade santa, abençoada com a presença especial de Deus no templo.
A resposta foi desanimadora: os judeus descendentes dos que haviam ficado na terra estavam em grande miséria e desprezo, e o muro da cidade estava fendido, e suas portas queimadas a fogo.
Sabemos que Esdras havia promovido uma purificação e uma nova consagração a Deus do povo em Jerusalém, mas em seu livro ele nada diz sobre a reconstrução do muro em volta da cidade, que havia sido destruído. Há uma referência à reconstrução de um muro, mas parece que é apenas o do templo, no tempo em que este estava sendo reconstruído por Zorobabel.
No entanto, é provável que tenha sido reconstruído em parte, pois Neemias foi informado que o muro estava fendido, e suas portas queimadas a fogo. O muro de uma cidade naquele tempo dava maior segurança aos habitantes, impedindo a entrada de pessoas e animais a não ser pela porta, e facilitando a defesa contra os inimigos.
Essas notícias trouxeram grande amargura e tristeza a Neemias, ao ponto de assentar-se, chorar, e lamentar por alguns dias. Também jejuou e orou perante o Deus dos céus.
Neemias desejou assumir ele próprio a responsabilidade pela recuperação do povo e de Jerusalém, a fim de trazer glória a Deus e restaurar a presença e o poder de Deus no meio do Seu povo. Ele levou esse assunto a Deus em sua oração.
Vejamos a estrutura da sua oração nesta ocasião:
  1. Louvou a Deus pela Sua grandeza e fidelidade
  2. Suplicou que Deus o ouvisse
  3. Confessou os pecados do povo, entre o qual se incluía
  4. Confessou os pecados próprios
  5. Pediu que Deus se lembrasse da sua promessa de que, se o seu povo se convertesse a Ele e guardasse os Seus mandamentos e os cumprisse, Ele os ajuntaria e traria de volta à sua terra, pois este ainda era o Seu povo.
  6. Empenhou-se na causa.
  7. Pediu que Deus lhe desse sucesso e fizesse com que tivesse simpatia do rei.
Neemias estava numa situação singular para falar com o rei. Como copeiro de confiança, que testava os alimentos que vinham à mesa real, ele estava regularmente diante de Artaxerxes.
Neemias havia se preparado, com essa oração diante de Deus, para apresentar a sua proposta ao rei quando chegasse a ocasião propícia. Mas era preciso esperar até que o rei lhe desse a oportunidade de falar. Também cada um de nós é singular e capaz de servir a Deus e aos Seus propósitos no lugar em que nos encontramos, desde que estejamos dispostos e preparados para isso.
Neemias pediu a Deus que lhe desse sucesso em sua empreitada - mas o sucesso que ele pedia não era para seu benefício, posição ou honra pessoal, mas para o trabalho do Senhor. Quando estamos dentro dos propósitos de Deus, não devemos ter receio em lhe pedir que Ele nos dê sucesso.
Houve uma demora de uns três ou quatro meses até que Neemias viu a resposta de Deus às suas orações. Ele continuava servindo ao rei normalmente, nada dizendo sobre o que o perturbava tão profundamente.
Mas precisava esconder a sua aflição, e não mostrar tristeza na presença do rei pois isso seria mal visto (Ester 4:2): os monarcas temiam ser assassinados, e como envenenamento era bastante usado para esse fim, qualquer mudança para pior na fisionomia de um copeiro causava suspeita.
Eventualmente Neemias não conseguiu mais esconder a sua angústia e o rei se perturbou com a mudança perceptível no seu semblante e exigiu uma explicação.
Então Neemias temeu grandemente diante do rei: o rei poderia executar sumariamente quem não o agradasse, e Neemias não sabia se o rei iria se compadecer dele ao lhe ser esclarecido o motivo da tristeza, ou se ele iria se enfurecer e condená-lo à morte.
Neemias não se envergonhou de sentir temor, mas não permitiu que o seu temor o impedisse de falar a verdade ao rei. Nunca devemos permitir que nosso temor nos impeça de fazer aquilo que sabemos é a vontade de Deus. Isso seria admitir que nosso temor émais forte do que Deus. Ele é maior do que todos os nossos temores.
Reconhecer o motivo por que estamos temerosos é o primeiro passo para entregá-lo a Deus. Se Deus nos chama para uma tarefa, Ele nos ajudará a cumpri-la.
Neemias imediatamente assegurou o rei da sua fidelidade, com a exclamação "viva o rei para sempre!". Em seguida deu uma explicação lógica, em poucas palavras, que esclareceu o verdadeiro motivo da sua tristeza.
O rei prontamente mostrou-se misericordioso e quis saber o que Neemias queria dele. Neemias quis agir dentro da vontade de Deus e novamente orou ao Deus do céu, pedindo a Sua direção sobre o que deveria dizer (decerto uma oração breve e silenciosa …).
Neemias pediu que o rei o enviasse a Judá, à cidade dos sepulcros dos seus pais (Jerusalém, mas Neemias não disse o nome) com a incumbência de a reedificar.
Artaxerxes indagou quanto tempo duraria a viagem, e quando Neemias voltaria. Não sabemos a resposta de Neemias a essas perguntas, mas eventualmente Neemias se ausentou da Pérsia por pelo menos doze anos (cap. 5:14).
O rei deve ter se dado por satisfeito, pois Neemias se animou a pedir também cartas para os governadores dalém do rio, para que permitissem sua passagem até Judá e uma carta para Asafe, guarda do jardim do rei, para que lhe desse a madeira que precisasse para a sua casa e para o muro da cidade. Tudo lhe foi concedido, segundo a boa mão de Deus sobre ele.
Neemias tinha uma boa posição, influência e provou ser um bom administrador, mas reconheceu que foi porque a boa mão de Deus estava sobre ele que ele teve sucesso nessa entrevista com Artaxerxes. Ele sabia que, sem isso, todo o seu esforço seria em vão. Lembremos sempre que em Deus está a nossa força e dele provêm os nossos dons.
O decreto assinado por Artaxerxes em seguida, permitindo que Ananias construísse os muros de Jerusalém, cumpriu uma profecia feita por Daniel noventa e três anos antes (Daniel 9:25), assim como o decreto anterior de Ciro (Esdras 1) cumprira uma profecia de Jeremias (Jeremias 29:10).

Em Cristo Jesus 
Kleber Santos 

Bibliografia: