terça-feira, 27 de setembro de 2011

subsidio:lição nº1-4ºtrimestre-domingo 2 de outubro de 2011

Neemias Intercede por Jerusalém

Neemias 1-2:8

Os eventos neste livro se iniciam no ano 445 a.C., ou seja, treze anos depois da saída do sacerdote Esdras para Jerusalém. O mesmo rei Artaxerxes (também conhecido como Longimanus) ainda se encontrava no trono em Susã, capital da Pérsia.
Neemias é usado por muitos como exemplo de um líder eficiente:
  1. Definiu um objetivo para alcançar.
  2. Analisou as várias opções e formou uma estratégia.
  3. Motivou outros para participarem do seu projeto.
  4. Delegou autoridade e distribuiu tarefas.
  5. Supervisionou o trabalho e verificou o desempenho de cada um até o cumprimento do projeto.
A história é contada pelo próprio Neemias, que ocupava o importante cargo de copeiro do rei.
Seu irmão Hanani havia vindo de Judá com alguns outros judeus, e Neemias perguntou-lhes como estavam passando os judeus que originalmente haviam escapado ao cativeiro e haviam permanecido na terra, bem como Jerusalém. Jerusalém, além de ser a antiga capital que representava a identidade nacional dos judeus, era também a sua cidade santa, abençoada com a presença especial de Deus no templo.
A resposta foi desanimadora: os judeus descendentes dos que haviam ficado na terra estavam em grande miséria e desprezo, e o muro da cidade estava fendido, e suas portas queimadas a fogo.
Sabemos que Esdras havia promovido uma purificação e uma nova consagração a Deus do povo em Jerusalém, mas em seu livro ele nada diz sobre a reconstrução do muro em volta da cidade, que havia sido destruído. Há uma referência à reconstrução de um muro, mas parece que é apenas o do templo, no tempo em que este estava sendo reconstruído por Zorobabel.
No entanto, é provável que tenha sido reconstruído em parte, pois Neemias foi informado que o muro estava fendido, e suas portas queimadas a fogo. O muro de uma cidade naquele tempo dava maior segurança aos habitantes, impedindo a entrada de pessoas e animais a não ser pela porta, e facilitando a defesa contra os inimigos.
Essas notícias trouxeram grande amargura e tristeza a Neemias, ao ponto de assentar-se, chorar, e lamentar por alguns dias. Também jejuou e orou perante o Deus dos céus.
Neemias desejou assumir ele próprio a responsabilidade pela recuperação do povo e de Jerusalém, a fim de trazer glória a Deus e restaurar a presença e o poder de Deus no meio do Seu povo. Ele levou esse assunto a Deus em sua oração.
Vejamos a estrutura da sua oração nesta ocasião:
  1. Louvou a Deus pela Sua grandeza e fidelidade
  2. Suplicou que Deus o ouvisse
  3. Confessou os pecados do povo, entre o qual se incluía
  4. Confessou os pecados próprios
  5. Pediu que Deus se lembrasse da sua promessa de que, se o seu povo se convertesse a Ele e guardasse os Seus mandamentos e os cumprisse, Ele os ajuntaria e traria de volta à sua terra, pois este ainda era o Seu povo.
  6. Empenhou-se na causa.
  7. Pediu que Deus lhe desse sucesso e fizesse com que tivesse simpatia do rei.
Neemias estava numa situação singular para falar com o rei. Como copeiro de confiança, que testava os alimentos que vinham à mesa real, ele estava regularmente diante de Artaxerxes.
Neemias havia se preparado, com essa oração diante de Deus, para apresentar a sua proposta ao rei quando chegasse a ocasião propícia. Mas era preciso esperar até que o rei lhe desse a oportunidade de falar. Também cada um de nós é singular e capaz de servir a Deus e aos Seus propósitos no lugar em que nos encontramos, desde que estejamos dispostos e preparados para isso.
Neemias pediu a Deus que lhe desse sucesso em sua empreitada - mas o sucesso que ele pedia não era para seu benefício, posição ou honra pessoal, mas para o trabalho do Senhor. Quando estamos dentro dos propósitos de Deus, não devemos ter receio em lhe pedir que Ele nos dê sucesso.
Houve uma demora de uns três ou quatro meses até que Neemias viu a resposta de Deus às suas orações. Ele continuava servindo ao rei normalmente, nada dizendo sobre o que o perturbava tão profundamente.
Mas precisava esconder a sua aflição, e não mostrar tristeza na presença do rei pois isso seria mal visto (Ester 4:2): os monarcas temiam ser assassinados, e como envenenamento era bastante usado para esse fim, qualquer mudança para pior na fisionomia de um copeiro causava suspeita.
Eventualmente Neemias não conseguiu mais esconder a sua angústia e o rei se perturbou com a mudança perceptível no seu semblante e exigiu uma explicação.
Então Neemias temeu grandemente diante do rei: o rei poderia executar sumariamente quem não o agradasse, e Neemias não sabia se o rei iria se compadecer dele ao lhe ser esclarecido o motivo da tristeza, ou se ele iria se enfurecer e condená-lo à morte.
Neemias não se envergonhou de sentir temor, mas não permitiu que o seu temor o impedisse de falar a verdade ao rei. Nunca devemos permitir que nosso temor nos impeça de fazer aquilo que sabemos é a vontade de Deus. Isso seria admitir que nosso temor émais forte do que Deus. Ele é maior do que todos os nossos temores.
Reconhecer o motivo por que estamos temerosos é o primeiro passo para entregá-lo a Deus. Se Deus nos chama para uma tarefa, Ele nos ajudará a cumpri-la.
Neemias imediatamente assegurou o rei da sua fidelidade, com a exclamação "viva o rei para sempre!". Em seguida deu uma explicação lógica, em poucas palavras, que esclareceu o verdadeiro motivo da sua tristeza.
O rei prontamente mostrou-se misericordioso e quis saber o que Neemias queria dele. Neemias quis agir dentro da vontade de Deus e novamente orou ao Deus do céu, pedindo a Sua direção sobre o que deveria dizer (decerto uma oração breve e silenciosa …).
Neemias pediu que o rei o enviasse a Judá, à cidade dos sepulcros dos seus pais (Jerusalém, mas Neemias não disse o nome) com a incumbência de a reedificar.
Artaxerxes indagou quanto tempo duraria a viagem, e quando Neemias voltaria. Não sabemos a resposta de Neemias a essas perguntas, mas eventualmente Neemias se ausentou da Pérsia por pelo menos doze anos (cap. 5:14).
O rei deve ter se dado por satisfeito, pois Neemias se animou a pedir também cartas para os governadores dalém do rio, para que permitissem sua passagem até Judá e uma carta para Asafe, guarda do jardim do rei, para que lhe desse a madeira que precisasse para a sua casa e para o muro da cidade. Tudo lhe foi concedido, segundo a boa mão de Deus sobre ele.
Neemias tinha uma boa posição, influência e provou ser um bom administrador, mas reconheceu que foi porque a boa mão de Deus estava sobre ele que ele teve sucesso nessa entrevista com Artaxerxes. Ele sabia que, sem isso, todo o seu esforço seria em vão. Lembremos sempre que em Deus está a nossa força e dele provêm os nossos dons.
O decreto assinado por Artaxerxes em seguida, permitindo que Ananias construísse os muros de Jerusalém, cumpriu uma profecia feita por Daniel noventa e três anos antes (Daniel 9:25), assim como o decreto anterior de Ciro (Esdras 1) cumprira uma profecia de Jeremias (Jeremias 29:10).

Em Cristo Jesus 
Kleber Santos 

Bibliografia:

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