quarta-feira, 2 de outubro de 2013

O PODER DO NOME DE JESUS


O PODER DO NOME DE JESUS CRISTO
"ATOS 3:1- 4:4"

Atos 3 e 4 enfatizam o nome do Senhor Jesus (At 3:6, 16; 4:7, 10, 12, 17, 18, 30). É evidente que um nome envolve muito mais do que uma forma de identificação. Pode implicar autoridade, reputação e poder. Quando alguém diz: "Use meu nome!", esperamos sinceramente que seja digno de ser usado. Se uma ordem é dada no nome do presidente da República ou do primeiro-ministro, os que a recebem são obrigados a obedecer.

Se eu tentasse dar ordens no lugar dessas autoridades (supondo que conseguisse fazer isso), ninguém prestaria muita atenção, pois meu nome não tem o respaldo de qualquer autoridade oficial. Mas o nome do Senhor Jesus tem toda autoridade, pois ele é o Filho de Deus (Mt 28:18).

Uma vez que seu nome "está acima de todo nome" (Fp 2:9-11), Jesus merece nossa adoração e obediência. A grande preocupação dos primeiros cristãos era que o nome de Jesus Cristo, o Filho de Deus, fosse glorificado, e os cristãos de hoje devem ter a mesma motivação. Ao estudar esta seção, convém observar que ela apresenta forte ênfase sobre os judeus.

Pedro dirigiu-se aos homens judeus (At 3:12) e os chamou de "filhos dos profetas e da aliança que Deus estabeleceu com vossos pais" (At 3:25). Fez referência aos patriarcas de Israel (At 3:13) e também aos profetas (At 3:18,21-25).

A expressão "tempos da restauração" (At 3:21) é, sem dúvida alguma, de caráter judaico e se refere ao rei- no messiânico prometido pelos profetas. Nestes capítulos, a mensagem continua sendo transmitida "primeiramente a vós outros [os judeus]" (At 3:26) e apresentada em termos judaicos. Há três estágios neste evento, e cada estágio revela algo maravilhoso sobre Jesus Cristo.

1.     ADMIRAÇÃO: JESUS, O MÉDICO (AT.3:1-10)

      Os cristãos ainda estavam ligados ao templo e às horas tradicionais de oração (SI 55:17; Dn 6:10; At 10:30). É importante lembrar que Atos 1 a 10 descreve uma transição de Israel para os gentios, do "cristianismo judaico" (ver At 21:20) para "um só corpo" constituído tanto de judeus quanto de gentios.

Só depois de vários anos os cristãos judeus compreenderam inteiramente o lugar dos gentios nos planos de Deus, e essa compreensão não se deu sem conflitos.

O contraste entre Atos 2 e 3 é interessante: Pedro, o pregador - Pedro o obreiro pessoal; multidões - um homem pobre; ministério que resultou em bênção - ministério que resultou em prisão e perseguição. Os acontecimentos em Atos 3 exemplificam a última frase de Atos 2:47 e mostram como o Senhor acrescentava membros a sua Igreja diariamente.

Apesar de o Espírito Santo não ser citado nesse capítulo, certamente atuava por meio dos apóstolos, realizando seu ministério de glorificação de Jesus Cristo (Jo 16:14). Pedro e João são vistos juntos com frequência ao longo das Escrituras.

 Eram sócios no negócio de pesca (Lc 5:10); prepararam a última Páscoa dos judeus para Jesus (Lc 22:8); correram para o sepulcro na manhã do primeiro domingo de Páscoa (Jo 20:3, 4); e ministraram aos samaritanos que creram em Jesus Cristo (At 8:14). Uma vez que viviam na plenitude do Espírito Santo, os discípulos deixaram de competir por grandeza e, finalmente, passaram a trabalhar juntos com afinco para edificar a Igreja (SI 133).

O fato de Pedro notar esse mendigo coxo é outra evidência do ministério do Espírito. Sem dúvida, milhares de pessoas encontravam-se aglomeradas perto do templo (At 4:4) e, no meio dessa multidão, havia ATOS 3:1 - 4:4 Inúmeros mendigos, mas o Senhor ordenou a Pedro que curasse um mendigo coxo que se encontrava junto à Porta Formosa.

Havia nove portas que davam acesso ao pátio dos gentios e ao templo propriamente dito. Os estudiosos não apresentam um consenso, mas é provável que a Porta Formosa fosse a "Porta Oriental" que dava acesso ao pátio das mulheres. A porta era feita de bronze de Corinto e parecia de ouro; sem dúvida, um excelente lugar para um homem coxo pedir esmolas.

A prática de dar esmolas era parte importante da fé judaica, e as cercanias do templo eram uma região lucrativa para os mendigos. Uma vez que os recursos dos cristãos eram comunitários (At 2:44, 45), os dois apóstolos não tinham dinheiro para dar; mas a maior necessidade daquele homem não era financeira.

Precisava de salvação para sua alma e de cura para o corpo, e dinheiro não lhe daria nem uma coisa nem outra. Pelo poder do nome de Jesus, o mendigo foi completamente curado e ficou tão contente e entusiasmado que parecia uma criança, saltando de um lado para o outro e louvando a Deus.

É fácil ver nesse homem uma ilustração da salvação. Ele nasceu coxo; todos nós nascemos sem poder andar de maneira agradável a Deus. Adão, nosso antepassado, caiu e passou sua deficiência adiante para todos os seus descendentes (Rm 5:12- 21).

 O homem era pobre; como pecadores, estamos falidos diante de Deus, incapazes de pagar a dívida tremenda que temos com ele (Lc 7:36-50). Estava "fora do templo"; por mais perto da porta que fiquem, todos os pecadores encontram-se longe de Deus. a homem foi curado totalmente pela graça de Deus. Sua cura foi imediata (Ef 2:8, 9).

Deu provas do que Deus havia feito: de um salto se pôs em pé, passou a andar [...] saltando e louvando a Deus" (At 3:8). Identificou-se publicamente com os apóstolos, tanto quando foram ao templo (At 3:11) quanto na ocasião em que foram presos (At 4:14). Ao ser capaz de andar, não deixou dúvidas sobre de que lado estava!

2.     ACUSAÇÃO: JESUS, O filho DE DEUS (AT 3:11-16)

A cura do mendigo coxo fez a multidão ajuntar-se ao redor dos três. O Pórtico de Salomão, do lado leste do templo, era um corredor onde Jesus havia ministrado ( jo 10:23) e onde a igreja reunia-se para adorar (At 5:12). Em seu sermão de Pentecostes, Pedro refutara a acusação de que os cristãos estivessem embriagados.

Neste sermão, teve de refutar a ideia de que ele e João haviam curado o homem com o próprio poder (Paulo e Barnabé enfrentaram uma situação semelhante depois de curarem um coxo; ver Atos 14:8-18). Pedro esclareceu de imediato a fonte do milagre: Jesus Cristo, o Filho de Deus.

Com toda sabedoria, o apóstolo afirmou que Aquele era o Deus de seus pais, o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó. Sem dúvida, o Espírito encheu Pedro de ousadia de modo que ele lembrasse os judeus da forma como haviam tratado Jesus. Eles o haviam negado e entregado para ser crucificado.

Além disso, pediram que Barrabás, um homem culpado, fosse solto para que Jesus, um prisioneiro inocente, fosse crucificado! A fim de convencê-los de seus crimes, Pedro usou vários nomes e títulos diferentes para o Senhor: Filho de Deus, Jesus, o Santo, o Justo, o Autor da vida. Os judeus não haviam entregue um homem qualquer para ser crucificado pelos romanos! O Calvário pode ter sido a última palavra do ser humano, mas o sepulcro vazio foi a última palavra de Deus. Ele glorificou seu Filho ressuscitando-o dentre os mortos e levando-o de volta ao céu.

O Cristo entronizado havia enviado seu Espírito Santo e operava no mundo por meio da Igreja. O mendigo curado era prova de que Jesus estava vivo. Se havia um povo culpado, era aquele ao qual Pedro se dirigiu no templo. Eram culpados de matar o próprio Messias! Hoje em dia, é bem provável que ninguém fizesse uma mensagem desse tipo em uma reunião evangelística, pois essas palavras eram voltadas especificamente ao público judeu de Pedro.

Assim como em Pentecostes, Pedro falava a pessoas que ATOS 3:1 - 4:4 conheciam as Escrituras e que estavam a par dos últimos acontecimentos em Jerusalém (ver Lc 24:18). Não era um grupo de pagãos ignorantes sem qualquer conhecimento religioso.

Além disso, os líderes judeus haviam, de fato, cometido uma grande injustiça ao prender e condenar Jesus e pedir a Pilatos que o crucificasse. Não sabemos quantos cidadãos concordaram com essa decisão, mas podemos imaginar o remorso do povo ao descobrir que haviam traído e assassina- do o próprio Messias. Antes de o pecador experimentar a conversão, precisa ser convencido da culpa de seus pecados.

A menos que um paciente esteja convencido de que está enfermo, jamais aceitará qualquer diagnóstico nem fará qualquer tratamento. Pedro transformou o templo em um tribunal e apresentou ao público todas as provas. De que maneira dois simples pescadores poderiam realizar tamanho milagre senão pelo poder de Deus? Ninguém ousaria negar o milagre, pois o mendigo estava lá, diante de todos, em "saúde perfeita" (At 3:16; 4:14). Se aceitassem o milagre, teriam de reconhecer que Jesus Cristo é, verdadeiramente, o Filho de Deus e que seu nome tem poder.
 
 
Naquele que tem todo poder...
Em Cristo Jesus
Kleber Santos
Comentário Bíblico Expositivo -
Novo Testamento Volume I -
 WARREN W. WIERSBE
Editora Geográfica
 

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